ANTICORPOS ANTI-dsDNA: COMPARAÇÃO DA QUANTIFICAÇÃO POR DOIS MÉTODOS

Evento: SPPC 2021

Poster Número: 056

Autores e Afiliações:

Vasco Mendes, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central;

Isabel Pereira, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo;

Vitória Matos, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central;

Carlos Flores, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central

Introdução

Os anticorpos anti-dsDNA (a-dsDNA) são um marcador serológico importante no estudo e monitorização do Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), estando incluídos nos critérios de diagnóstico da European League Against Rheumatism/American College of Rheumatology. Estão associados à actividade da doença e à presença de nefrite lúpica.

A especificidade dos a-dsDNA para o LES observa-se sobretudo nos anticorpos de alta avidez. A pesquisa da Crithidia luciliae é considerada especifica para os anticorpos de alta avidez, mas não permite quantificação pelo que se utilizam outros métodos para quantificação e monitorização. Recentemente o nosso centro substituiu a quantificação dos a-dsDNA por ELISA por um método de Quimioluminescência. Como os testes usam anticorpos diferentes, é importante a comparação do método antigo com o novo de forma a validar a sua alteração.

Objectivos e metodologia

Comparar os resultados do doseamento de a-dsDNA obtidos por ELISA Anti-dsDNA (IgG), EUROIMMUN, e por Quimioluminescência QUANTA Flash® dsDNA, Inova Diagnostics. Analisou-se 82 amostras de doentes por método de ELISA e por Quimioluminescência e comparados os resultados. Efectuou-se uma regressão de Passing-Bablok.

Nos casos de discordância entre o resultado qualitativo dos dois testes foi realizada Imunofluorescência indirecta com Crithidia luciliae. Foram revistos retrospetivamente os processos clínicos destes doentes para avaliação de sinais de actividade da doença.

Resultados

Das 82 amostras, 46 foram positivas e 10 foram negativas com as duas metodologias. Das 26 amostras discrepantes, 19 foram positivas por Quimioluminescência e negativas por ELISA e 7 foram negativas por Quimioluminescência e positivas por ELISA. O r de Pearson foi de 0,851.
Foram realizadas 19 pesquisas de C. luciliae com 4 resultados positivos, todos correspondetes a amostras positivas por Quimioluminescência. Dois doentes apresentavam manifestações clínicas compatíveis com actividade da doença e dois apresentavam-se clinicamente assintomáticos.

Conclusões

Existe concordância razoável entre os resultados do ELISA Anti-dsDNA (IgG) e do QUANTA Flash® dsDNA. A quimioluminescência parece ser mais concordante com a C. luciliae, o que indica que poderá ser um melhor método para a pesquisa de a-dsDNA de alta avidez.