ESTUDO COMPARATIVO DO DOSEAMENTO DE INFLIXIMAB
Evento: SPPC 2021
Poster Número: 061
Autores e Afiliações:
Pedro Pereira; Ana Loureiro; Alejandra Figueiredo; Maria João Faísca; Nélio Santos
Introdução
A doença inflamatória intestinal (DII) é um conjunto de doenças caracterizada pela inflamação crónica e idiopática do trato gastrointestinal. Tem uma evolução variável, intercalando períodos de fase inativa com remissão dos sintomas, e fase ativa com progressão, intensidade e duração variáveis. Os fármacos biológicos anti-TNF-α apresentam eficácia comprovada na fase ativa da DII, sendo o infliximab (IFX) o primeiro anticorpo monoclonal a ser aprovado.
Objectivo
Estudo comparativo entre o método cromatográfico BÜHLMANN Quantum Blue® Infliximab (QB-IFX), com o método de referência, pelo qual os doentes são atualmente controlados, Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA), Theradiag LISA TRACKER.
Métodos
Foram colhidas amostras de soro de 25 doentes sob terapêutica com IFX há mais 6 meses, sendo a mesma amostra testada pelos dois métodos. As amostras foram colhidas em vale.
Resultados
Com base na literatura, o intervalo terapêutico para doseamento de IFX está entre 3-7 ug/mL, concentrações de IFX <3ug/mL são sub-terapêuticas e concentrações >7ug/mL são consideradas supra-terapêuticas. Para o método QB-IFX obtivemos 12 doentes no intervalo terapêutico, 7 doentes com concentrações sub-terapêuticas e 6 doentes com concentrações supra-terapêuticas. Nos resultados obtidos por ELISA, temos apenas 9 doentes dentro do intervalo terapêutico, com concentrações sub-terapêuticas temos 10 doentes e os resultados supra-terapêuticos são concordantes entre os dois métodos.
Do total de doentes apenas 3 apresentaram valores clinicamente discordantes entre as duas técnicas, sendo que pelo método QB-IFX obtivemos valores mais altos nestas 3 amostras comparativamente com ELISA.
Conclusões
Utilizando o método QB-IFX, em apenas 3 doentes seria necessária uma atitude clínica diferente daquela que resulta da interpretação dos resultados obtidos por ELISA, a técnica que é atualmente utilizada para controlar os doentes. O método QB-IFX, pelas vantagens que apresenta na rapidez com que o resultado pode ser disponibilizado, permitindo um controlo clínico mais realista, é um bom método para substituir o método utilizado atualmente.
