PSEUDOHIPERCALIÉMIA - UM CASO CLÍNICO
Evento: SPPC 2021
Poster Número: 007
Autores e Afiliações:
Carina Pereira, Carolina Salteiro, Manuel Garrido, Carlos Flores
Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar de Lisboa Central
Doente do sexo masculino, 66 anos, com trombocitose essencial, diagnosticada há 14 anos, esplenectomizado há um ano. Internado por agudização da doença e por pneumonia hipoxemiante adquirida na comunidade.
No hemograma, o doente apresentava anemia normocítica, hipocrómica com hemoglobina 7,5x 10g/L e leucocitose de 59,05 x 10^9/L com 70 % neutrófilos maduros hipogranulados e trombocitose de 4442 x 10^9/L com anisocitose plaquetária com presença de macrotrombócitos, plaquetas gigantes e de núcleos de megacariócito.
A nível de parâmetros bioquímicos apresentava desidrogenase láctica de 1049 U/L, hipercaliémia de 8 mEq/L e taxa filtração glomerolar estimada de 97 mL/min./1.73.
Foi excluída a hipótese de contaminação com ácido etilenodiaminotetracético tripotássico e a amostra não se encontrava hemolisada.
Colocou-se a hipótese de provável pseudohipercaliémia devido à trombocitose e, para confirmação, foi colhida uma amostra de sangue periférico para um tubo com heparinato de lítio. Neste, o valor de potássio foi de 3,3 mEq/L, confirmando esta suspeita.
Quando a amostra de sangue é colhida para um tubo sem anticoagulante, a coagulação é ativada e as plaquetas libertam potássio, condicionando hipercaliémia in vitro.
A hipercaliémia é um distúrbio potencialmente fatal, sendo de extrema importância diferenciá-la da pseudohipercaliémia para possibilitar o tratamento apropriado.
Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
