SPHINGOMONAS PAUCIMOBILIS CAUSA DE PERITONITE

INTRODUÇÃO
A Sphingomonas paucimobilis (Sp) é um bacilo gram negativo, de baixa patogenicidade e mortalidade e de caracter oportunista, ocasionando infeções graves em indivíduos da comunidade com factores de risco e em doentes imunodeprimidos internados em Unidades de Cuidados de Saúde.

Isolado em reservatórios de água ambientais e em Instituições Prestadoras de Cuidados de Saúde, onde é causa de contaminação de diversas soluções hospitalares e medicamentosas, água sanitária e destilada, fluídos de hemodiálise e soluções de lavagem de equipamentos.
Os autores apresentam um caso clínico de peritonite por Sp, em paciente de risco.
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CASO CLÍNICO

Doente do sexo masculino, 68 anos e seguido na consulta de Hemodiálise. Apresentava efluente peritoneal escuro e diminuição do ultrafiltrado. Referia queixas desde há 2 dias de desconforto abdominal e anorexia.

Antecedentes pessoais: Hipertenso, obeso e doente renal crónico de estádio 5D secundaria a vasculite limitada ao rim (ANCA positivo).

Resultados analíticos: A destacar PCR de 8 mg/dL

Resultados microbiológicos: Duas culturas do líquido de diálise peritoneal revelaram crescimento às 24h de um bacilo gram negativo, não fermentador, oxidase e catalase positivas e com colónias amarelo forte. A identificação obtida no Vitek2® foi de Sphingomonas paucimobilis (Sp). Não foi obtido T.S.A, por ausência de regras EUCAST para este microrganismo.

TRATAMENTO
O doente iniciou empiricamente vancomicina e ceftazidime. Após resultados microbiológicos às 72h e melhorias clínicas, ajustou-se a terapêutica com ciprofloxacina e ceftazidime.

CONCLUSÃO
De acordo com a literatura, a Sp é um microrganismo emergente, sobretudo em doentes imunocomprometidos.
A resolução da infeção com a antibioterapia administrada permitiu manter o cateter. No entanto há casos descritos em que a monoterapia e culturas persistentemente positivas resultaram na sua remoção.

Torna-se pertinente um estudo mais aprofundado deste microrganismo, inclusivê da sua sensibilidade aos antibióticos, para uma terapêutica mais dirigida e resolução mais eficaz das infeções.