PERFIS DE RESTISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE ESTIPRES DE P: AERUGINOSA E A. BAUMANNII
Evento: XI Congresso Nacional de Patologia Clínica
Poster Número: 036
Autores e Afiliações:
Irina Sustelo Bernardo, Rui Figueiredo, Irina Bernardo, Márcia Almeida, Helder Alves, Jóni Mota, Ana Nascimento, Rita Coelho, Rosa Soares, Luís Morais, Paula Gama, Carlos Cortes
Centro Hospitalar Médio Tejo
Introdução
A resistência a dois ou mais grupos de antimicrobianos, assim como a resistência aos carbapenemes, foi comum nas espécies de Pseudomonas e Acinetobacter. O objetivo do estudo foi determinar a resistência antimicrobiana das estirpes de P. aeruginosa e A. baumannii isoladas de doentes internados em contexto hospitalar.
Métodos
De 2014 a outubro de 2021, foram recuperados 2640 isolados de utentes internados num hospital em Portugal. A identificação foi realizada pelo sistema Vitek 2 Compact (BioMerieux) e Maldi-ToF (Bruker). Um número de 2.514 estirpes de P. aeruginosa e 126 A. baumannii isolados de infeções nosocomiais foram testados para suscetibilidade antimicrobiana no Vitek 2 C automático e com a Concentração Mínima Inibitória (MIC) de colistina determinada por microdiluição, de acordo com EUCAST 2021.
Resultados
Essas duas espécies foram principalmente recuperadas da urina (n=1214; 46%) e exsudato purulento (n=473; 18%) A maioria das P. aeruginosa apresentou resistência a pelo menos um antimicrobiano (N=1611; 64,5%). Simultaneamente, a resistência a quinolonas, β-lactâmicos e aminoglicosídeos foi observada em 5,5% (n=139) dos isolados. A resistência à piperacilina/tazobactam em 2014 foi de 23,4% e diminuiu para 19,4% em 2021. A resistência à ceftazidima foi de 15% em 2019, aumentando para 16,1% em 2021. A resistência ao carbapenem foi de cerca de 14% ao longo dos anos. A resistência do aminoglicosídeo foi maior em 2014 e 2015, 20% e 17,4%, respetivamente, mas diminuiu até 7,3%, nos anos seguintes até 2021. A resistência às quinolonas diminuiu de 22,9% em 2014 para 21,6% em 2021. Apenas 0,6% (14 cepas) foi resistente à colistina. Em geral, a resistência de A. baumannii foi: imipenem 32,5%, piperacilina/tazobactam 31,8%, ceftazidima 43%, cefepima 36,5%, tobramicina 24,6%, gentamicina 34,9% e ciprofloxacina 56,4%. A colistina foi ativa contra 99% dos isolados.
Conclusões
Neste estudo, a maioria dos β-lactâmicos e aminoglicosídeos são mais indicados na terapia de infeções produzidas por P. aeruginosa e A. baumannii. Para P. aeruginosa e A. baumannii a colistina apresentou alta atividade. Os carbapenemes devem ser usados com cautela em infeções por A. baumanni devido à elevada percentagem de resistência contra essa classe de agente antimicrobiano. A colistina é eficaz contra cepas multirresistentes. A monitorização de vigilância da política de antibióticos em combinação com medidas de controle de infeção é necessário para evitar a disseminação de estirpes multirresistentes e panrresistentes em contexto hospitalar.
Declaração de conflito de interesses: Declaro que não existe conflitos de interesse de todos os participantes.
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