A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL BÁSICA NO DIAGNÓSTICO HEMATOLÓGICO
Evento: XII Congresso Nacional de Patologia Clínica
Poster Número: 029
Autores e Afiliações:
Ramona-Diana Bindean, Sara Moura, Ana Caterina Monteiro, Marta Beja, Paula Pinto, Isabel Padroso
Serviço de Patologia Clínica – Hospital de Santarém
Introdução: O diagnóstico clínico é um ato que se baseia em vários fatores ao quais incluem a anamnese, o exame físico e a análise dos dados laboratoriais. A literatura revela que às decisões clínicas e diagnósticas podem basear-se em até 70% nos estudos analíticos. O hemograma e a realização e observação microscópica do esfregaço de sangue periférico fazem parte da avaliação laboratorial básica no diagnóstico clínico. O esfregaço fornece informação valiosa sobre a citologia e morfologia das células. Em conjunto, podem revelar a existência de doenças hematológica.
Objetivos: Avaliar a importância do hemograma e do esfregaço do sangue periférico na orientação do diagnóstico e consequente tratamento dos doentes seguidos na consulta de hematologia clínica.
Metodologia: Foram colhidos os dados de todas às primeiras consultas de hematologia clínica realizadas durante o ano 2020, estas foram identificadas através da codificação do sistema de apoio médico (S.A.M.), com posterior confirmação e recolha de dados no processo clínico eletrónico. Como critérios de exclusão utilizamos: transferência do utente com patologia conhecida, ausência de dados do hemograma na primeira consulta, ausência de realização do esfregaço de sangue periférico.
Resultados: Do total de 254 utentes admitidos em primeira consulta, foram aceites 105, os quais foram submetidos a estudo analítico com hemograma e esfregaço de sangue periférico. Destes 105 resultados, 50, mostraram-se relevantes no diagnóstico e consequentemente na terapêutica. A média da idade dos utentes encontrada foi de 65 (±) anos. O sexo feminino representa 62% das amostras e 38% é representado pelo sexo masculino. Da totalidade dos eritrogramas realizados registaram-se 42% de doentes com anemia. Dos leucogramas realizados registaram-se 41% de doentes com alterações dos leucócitos e 49% com alterações das plaquetas.
Conclusões: Neste estudo 48% dos utentes que realizaram o hemograma e o esfregaço do sangue periférico tiveram um impacto positivo na orientação do diagnóstico e tratamento. Foram registadas 14% de pancitopenias analisadas no esfregaço de sangue periférico, que conseguiram orientar o diagnostico e os futuros exames a ser realizados. O diagnóstico de anemia foi encontrado em 14% das amostras relevantes, levando a um diagnostico e tratamento adequando. A observação microscópica do esfregaço de sangue periférico continua a ser indispensável na prática laboratorial cuja rentabilidade e acessibilidade a mantém como uma das ferramentas fundamentais no diagnóstico de doenças hematológicas.