IMPORTÂNCIA DA COLABORAÇÃO ENTRE LABORATÓRIO E CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA DOENÇA DE TAKAYASU

Evento: XII Congresso Nacional de Patologia Clínica

Poster Número: 005

Autores e Afiliações:

Joana Oliveira Costa, Ana Catarina Dias, Ana Maria Simões, Isilda Carneiro, José Alves, Virgínia Martínez, Jorge Loureiro.

Serviço de Patologia Clínica – CHTV 

Introdução
A doença de Takayasu é uma doença inflamatória rara que afeta grandes vasos, com predomínio na aorta e ramos principais. É mais frequente nos países asiáticos, em mulheres abaixo dos 30 anos de idade, mas os seus mecanismos patogénicos mantêm-se ainda desconhecidos. Se não identificada e tratada atempadamente, pode originar complicações tromboembólicas, cardiovasculares, cerebrovasculares, entre outras. A suspeita diagnóstica inicia-se na conjugação entre clínica e estudos laboratoriais, estando o diagnóstico definitivo determinado pelo exame de imagem (angiografia). A clínica é muito variada, sendo a claudicação do membro afetado, uma orientação à localização do vaso inflamado e, a diminuição ou ausência de pulsos periféricos, um sinal típico da doença. Laboratorialmente, estão descritos achados como, aumento da proteína C reativa (PCR) e da velocidade de sedimentação (VS), anemia, aumento de fibrinogénio, aumento de globulinas e alterações no complemento. Alguns estudos têm associado a presença de pentraxina-3 e de anticorpos anti células endoteliais como marcadores de fase ativa da doença. É uma doença de diagnóstico difícil, sendo necessária a exclusão de diagnósticos diferenciais onde, uma vez mais, se eleva a importância do laboratório, para excluir artrite reumatoide, espondilite anquilosante, sífilis, aortite infeciosa ou doença relacionada com IgG4. O tratamento de primeira linha é o uso de corticoides orais em altas doses, que deve ser mantido até remissão da doença.
Caso Clínico:
Trazemos o caso de uma jovem, 19 anos, sexo feminino. Enviada ao Serviço de Urgência pelo seu médico de família, por elevação marcada dos parâmetros inflamatórios, acompanhado de quadro refratário de dor torácica, agravada com o decúbito dorsal, com 1 mês de evolução, com agravamento progressivo. Apresentava também palidez cutânea e cansaço fácil. Efetuado estudo analítico: VS 109 mm, PCR 10.73, Leucócitos 9.5×10^9/L, Hb 10.4 g/dL, aumento de fibrinogénio, de C3 e de α2-globulina. Exame físico sem alterações. TC toraco-abdominal e PET com alterações sugestivas de patologia inflamatória na aorta torácica descendente, compatível com arterite de Takayasu. Após instituição de terapêutica em fase inicial da doença, a doente teve alta, com melhoria clínica.
Conclusão: O caso clínico descrito vem suportar a importância do complemento dos exames laboratoriais na suspeita e precoce diagnóstico da Doença de Takayasu. Neste caso, a elevação marcada da VS e PCR, associada à clínica apresentada, sem outras causas possíveis, dada negatividade de outros testes, permitiu o diagnóstico de Doença de Takayasu, com instituição terapêutica precoce, facilitando assim um bom prognóstico.

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