DOENÇA DE VON WILLEBRAND SECUNDÁRIA A LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÓNICA, UM CASO CLÍNICO
Evento: XII Congresso Nacional de Patologia Clínica
Poster Número: 003
Autores e Afiliações:
Sofia Alexandra Lima Silva Costa, Ana Bento Pinto, Olímpia Varela, Ana Fontes, Sara Sousa, Eliana Costa.
Serviço de Patologia Clínica – CHTMAD
Introdução:
A meningite é uma doença inflamatória das leptomeninges caracterizada por um aumento de leucócitos no líquido cefalorraquidiano (LCR). Pode ser adquirida na comunidade ou estar associada aos cuidados de saúde. Os agentes patogénicos mais comuns de meningite bacteriana adquirida na comunidade são o Streptococcus pneumoniae e a Neisseria meningitidis; em lactentes (até aos 3 meses de idade), o Streptococcus do grupo B e a Escherichia coli são as bactérias mais frequentes; em doentes imunodeprimidos, doentes com mais de 50 anos e neonatos, a Listeria monocytogenes é um agente de relevo. As meningites bacterianas associadas aos cuidados de saúde ocorrem principalmente após procedimentos neurocirúrgicos e os agentes mais comumente associados são Staphylococcus spp. e Bacilos Gram-negativo aeróbios. A avaliação laboratorial inicial do doente com suspeita de meningite deve incluir exames de sangue (hemoculturas, hemograma completo, ionograma, proteínas totais, glicose, ureia, estudos de coagulação, entre outros), exames microbiológicos de provável ponto de partida (por exemplo: urocultura, bacteriológico de secreções brônquicas/aspirado endotraqueal, etc.) e, mandatoriamente, punção lombar. O LCR deve ser sujeito o mais rapidamente possível a exame citoquímico e microbiológico (exame direto e cultural). O diagnóstico pode ser confirmado se qualquer uma das seguintes condições for observada: isolamento de um agente bacteriano no exame bacteriológico do LCR; deteção de um agente bacteriano por métodos moleculares no LCR; isolamento de um agente bacteriano em hemocultura, em doentes em que se observou pleocitose liquórica.
Objetivo: Estudo epidemiológico retrospectivo sobre a meningite bacteriana nos últimos 5 anos no nosso Centro Hospitalar.
Métodos: No período entre Janeiro de 2018 e Novembro de 2022 foram prescritas 2221 análises a doentes com suspeita de meningite. Os dados recolhidos desta pesquisa refletidos neste trabalho contemplaram os casos positivos (exame cultural e biologia molecular), o agente infeccioso, o sexo, a faixa etária dos doentes, bem como a prevalência por ano estudado. Estes dados foram obtidos no Sistema Informático Laboratorial – Clinidata XXI e trabalhados no software Excel do Microsoft Office.
Resultados: No nosso Centro Hospitalar foi solicitada a análise do LCR em 2221 doentes, entre Janeiro de 2018 e 30 de Novembro de 2022. Das amostras processadas, 33 (1,5%) tiveram resultado positivo. O agente mais frequentemente identificado foi o Streptococcus pneumoniae (n=14, 42%), O sexo masculino (n=22, 67%) foi o mais frequentemente acometido. As faixas etárias dos 51-60 anos e dos 71-80 anos foram as que revelaram mais casos positivos (n=18, 54,5%). Foi solicitada a análise do LCR de 150 doentes pediátricos (6.8%) tendo-se registado 3 casos positivos (2%), a maioria na faixa etária 0-12 meses (n=2, 66%).
Conclusões: Os resultados observados na população analisada estão em concordância com o descrito na literatura internacional, tanto no que concerne à incidência da patologia como do agente infeccioso mais frequente identificado nos diferentes grupos etários.