MARCADORES TUMORAIS - A IMPORTÂNCIA NO FOLLOW UP

Evento: XII Congresso Nacional de Patologia Clínica

Poster Número: 033

Autores e Afiliações:

Iryna Gnatushok, Diogo Faria Paulino; Ana Isabel Coelho; José Pedro Pereira; Vanessa Lisboa; Cidália Vieira; Zélia Videira

Serviço de Patologia Clínica – IPO-Lisboa 

Introdução: Em Portugal, o carcinoma gástrico é a terceira causa de morte por cancro em ambos os sexos, afetando duas vezes mais os homens. É uma patologia complexa, cujo prognóstico depende da fase em que a mesma é diagnosticada. O diagnóstico precoce associa-se a melhores resultados a longo prazo, mas a maioria dos doentes já apresenta doença avançada na altura do diagnóstico. O diagnóstico definitivo requer exame anatomopatológico, ainda assim existem marcadores tumorais que podem ajudar a chegar ao diagnóstico, mas a sua maior utilidade consiste na estimativa do prognóstico, na monitorização da resposta ao tratamento e na deteção de recidivas.
Descrição do Caso: Doente do sexo masculino, 66 anos, com quadro de eructação, refluxo gastroesofágico pós-prandial e perda ponderal com 2 meses de evolução. Uma endoscopia digestiva alta revelou a presença de uma lesão ulcerada com bordos edemaciados, irregulares e duros e a biópsia revelou um adenocarcinona da transição esofagogástrica. Fez uma TC e PET que excluíram metastização. Antes da realização de radioquimioterapia neoadjuvante tinha o CA 19.9 de 460 U/mL e o CEA de 4,2 ng/mL e ao último ciclo de quimioterapia tinha o CA 19.9 de 550 U/mL e o eCEA de 6,2 ng/mL. Após esofagectomia ficou em vigilância e durante o follow-up não foram pedidos marcadores tumorais. Um ano e meio depois, por quadro de anemia e citocolestase de novo, com uma hemoglobina de 10,9 g/dL, FA de 579 UI/L, GGT de 357 UI/L e com aumento da vitamina B12 (3466 pg/mL) e dos parâmetros inflamatórios, pediu-se uma TC toracoabdominopélvica que evidenciou metastização hepática. Referenciado de novo para a Oncologia Médica, pediram-se marcadores tumorais. Nessa altura tinha o CEA de 1376 ng/mL e o CA 19.9 de 65,5 U/mL.
Conclusão: Neste caso, a detecção de recidiva podia ter ocorrido mais precocemente se tivesse sido solicitado doseamento dos marcadores tumorais no seguimento pós cirúrgico, que neste caso não aconteceu. Os doseamentos de marcadores tumorais no diagnóstico já confirmado podem ter implicações fundamentais no follow up e prognóstico da doença, na escolha e avaliação da resposta da terapêutica ou ainda na suspeita clínica e/ou imagiológica de recidiva.

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