MONONUCLEOSE INFECIOSA – PAPEL DO LABORATÓRIO E DO PATOLOGISTA CLÍNICO

Evento: XII Congresso Nacional de Patologia Clínica

Poster Número: 047

Autores e Afiliações:

Ana Manuel Castelo Lanhoso Ferreira, Margarida Freitas, Marco Assunção, Sofia Novo, Paula Mota

Serviço de Patologia Clínica – Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães

Introdução: A mononucleose infeciosa é uma doença subsequente à infeção primária pelo vírus Epstein-Barr (EBV), um herpesvírus que infeta mais de 90% da população mundial. É uma doença transmissível que afeta principalmente adolescentes e adultos jovens. Geralmente apresenta-se como uma doença benigna e autolimitada, podendo, no entanto, originar diversas complicações severas e potencialmente fatais. Caracteriza-se frequentemente pela tríade: febre, faringite e linfadenopatia cervical, sendo que o seu diagnóstico constitui um desafio dada a variedade de patologias que a mimetizam.
CASO CLÍNICO: Jovem de 29 anos admitido no SU com febre (39,6ºC), dor epigástrica, fadiga e vómitos com 3 dias de evolução, associados a icterícia e colúria. Ao exame objetivo o doente apresentava adenopatias cervicais indolores, móveis, de pequenas dimensões, e dor à palpação da região epigástrica, sem defesa. O hemograma revelou leucocitose (15,68×109/L), de predomínio linfocítico (8,37×109/L) e após observação do esfregaço periférico verificou-se que 26% desses linfócitos eram atípicos. No estudo bioquímico salienta-se: bilirrubina total 8,20 mg/dL, bilirrubina direta 6,2 mg/dL, AST 426 UI/L, ALT 536 UI/L, GGT 365 UI/L, ALP 532 UI/L e PCR 12,6 mg/L. A ecografia abdominal mostrou hepatoesplenomegalia. O doente ficou internado. No Serviço de Patologia Clínica do HSOG foi acrescentado o Paul-Bunnel, um teste rápido que deteta anticorpos heterófilos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infeção por EBV, sendo que o resultado foi positivo. Além disso, os anticorpos específicos para EBV foram positivos (EBV IgM 160 U/mL; EBV IgG (VCA) 26 U/mL; EBV Early IgG 17,3 U/mL), confirmando o diagnóstico de Hepatite EBV colestática. Estes anticorpos específicos foram detetados no analisador LIAISON® (DiaSorin®) através de um imunoensaio de quimioluminescência (CLIA). Os resultados foram comunicados ao médico clínico, que estabeleceu o diagnóstico definitivo de Mononucleose Infeciosa sem necessidade de realização de outros exames. Sob terapêutica de suporte (fluidoterapia, analgesia e dieta zero) observou-se uma melhoria sintomática progressiva, tendo o doente tido alta ao quinto dia de internamento.
CONCLUSÃO: Neste caso concreto, o Patologista Clínico exerceu um papel fundamental no diagnóstico célere de Mononucleose Infeciosa. A boa interação do médico Patologista com o clínico é imprescindível para se evitarem procedimentos e terapêuticas desnecessárias e economizar recursos.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

You may use these <abbr title="HyperText Markup Language">HTML</abbr> tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*